Capítulo 1
No ano de 1988, o montanhista inglês Joe Simpson, escreveu um livro de pouco
sucesso chamado “Tocando o vazio”. Anos depois, no lançamento de outro livro
com uma temática parecida, “Tocando o vazio” começou a vender novamente e, desta vez, obteve sucesso. Esse tipo de acontecimento, relata o fato de que a indústria de
entretenimento que antes baseava-se em hits, hoje, no século XXI, concentra-se
em nichos. Os consumidores estão cada vez
mais interessados em catálogos, com o intuito de vasculhar uma longa lista de
títulos disponíveis. E quando mais vasculham, mais descobrem novidades e acabam
gostando.
Tendo em vista esse novo tipo de
indústria, as empresas têm como problema principal a necessidade de encontrar
públicos locais. Muitos produtos de entretenimento capazes de atrair grande
público, não superam as dificuldades do varejo local.
Durante o último século, a
indústria do entretenimento achou uma solução para esses possíveis problemas:
focar nos grandes lançamentos seria a grande estratégia, afinal, os hits não
param de vender. Porém, a grande maioria dos consumidores querem muito mais que
hits, tendo em vista que, a preferência das pessoas em alguns pontos se
distanciam desses mesmos hits.
Esse tipo de economia movida a
hits, ocorria num tempo em que não havia espaço suficiente para oferecer tudo a
todos. Hoje, com o varejo online e a distribuição encontra-se um mundo de
abundância. Porém, os grandes sucessos rendem um bom lucro, sendo assim, qual a
justificativa para se incomodar com “fracassos” que vendem pouco?
É necessário “incomodar-se” a
partir do momento em que esses “fracassos” se tornam a cauda longa. Afinal, tomando
como exemplo a música, em plataformas online é possível encontrar aqueles
velhos sucessos, as gravações ao vivo, as remixagens, etc. Dessa forma, a vantagem
da cauda longa é a grande variedade, a qual é tida, muitas vezes, como
prioridade por grande parte dos consumidores. Quando se trata desse assunto, a
maioria dos negócios da Internet se utilizam dessa conduta, como o Google, que
ganha boa parte do seu lucro com pequenos negócios.
Entende-se que, a grande maioria
das mercadorias não está disponível em lojas físicas, dando vantagem ao meio online; o qual não limita escolhas.
Capítulo 5
A partir da mudança na indústria
de entretenimento, surgem os Pro-Mas, amadores que junto com profissionais
ajudam em determinado conteúdo, como aconteceu na Astronomia, em Kamiokande II onde os próprios amadores
ajudaram a detectar 24 neutrinos em uma determinada explosão que acontecia na
época. Isso se tornou possível através do
computador e de suas ferramentas de produção democratizadas.
Isso também ocorre com os blogs,
devido ao advento de softwares mais simples e com custo menor, a editoração
tornou-se simples e acessível a todos. O mesmo acontece com a edição de fotos
por computador, jogos que estimulam os jogadores a criarem suas próprias
alternativas, publicações de livros impressos por encomenda, etc. Entende-se que,
os consumidores deixam de ser passivos para serem produtores ativos. O
Wikipédia é um grande exemplo a ser citado, na medida em que é uma enciclopédia
aberta e coletiva, tendo mais de 860 mil artigos em inglês quando comparado com
os 80 mil da Britannica e com os 4.500 da Encarta.
.
Porém, surge uma dúvida. Seria o Wikipédia,
com toda essa “abertura” de edição feita por qualquer pessoa, confiável? A
grande vantagem, é que o sistema se beneficia da sabedoria de muitos, tanto em
profundidade quanto em amplitude. Porém, a Wikipedia deve ser a primeira fonte de
informação, e não a única. Deve-se explorar informações tendo em vista que ela
não deve ser a fonte definitiva dos fatos. O que torna a Wikipédia espetacular, é sua
capacidade de melhorar devido a seus colaboradores, os Pro-Mas. Além disso, a
Wikipédia oferece um grande número de verbetes sobre variadas temáticas, dessa
forma, incluindo todos os hits numa enorme quantidade de nichos. E por que
criar algo sem uma perspectiva de remuneração? Essa questão é fundamental para
se compreender a Cauda Longa. Pode-se dizer que a Cauda Longa começa como
economia monetária tradicional na cabeça e termina como economia não-monetária
da cauda.
Por fim, o texto mostra que
produtores de todos os tipos, começam na cauda com poucas expectativas de
sucesso comercial, podendo se arriscar por terem menos a perder. Com as
ferramentas de criatividade, agora baratas, o talento é distribuído de maneira
mais dispersa. Tendo em vista essa discussão, a Cauda Longa poderá se
transformar a área crucial da criatividade, onde as ideias irão se desenvolver
e consequentemente, se transformar em sucessos comercias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário